Os apaixonados por música eletrônica com certeza já ouviram falar sobre Brazilian Bass. O Bass já tocava nas pistas do Brasil desde a época do drum’n’bass até o mais recente trap e dubstep.
Mas, estava faltando um jeitinho brasileiro nesse cenário, o que foi rapidamente resolvido pela dupla Tropkillaz, que deu o primeiro passo do Brasil no cenário da música eletrônica internacional.
Depois de um tempo, o Brazilian Bass também de incorporou ao techno e ao house com o Alok e Illusionize, gerando certa polêmica no ramo.
Quer saber mais sobre o assunto? Continue lendo esse texto!
Como o Brazilian Bass começou a ganhar fama?
O termo começou a ganhar a fama que tem hoje em 2016, quando o DJ Alok começou a utilizá-lo como se fosse sua marca própria, tanto no Brasil, quando em outros países.
Segundo o próprio Alok, o Brazilian Bass surgiu da dificuldade dos djs brasileiros darem um nome para o seu próprio som.
“Sempre gostei de trabalhar com um bass mais forte. Antes eu era rotulado de várias formas, como um DJ de house, deep house e techno, por exemplo. Eram termos muito amplos e meu som sempre teve um diferencial diante dessas vertentes. Percebi, então, que era melhor arrumar um novo termo.”
Por isso, o termo não representa apenas a música de um DJ, mas de todos os músicos brasileiros que se encaixam nessa categoria.
A diferença entre o bass tradicional e o Brazilian Bass começa na estrutura da batida. “O Brazilian bass tem batidas 4×4, enquanto no bass convencional elas são todas quebradas, como no trap e no dubstep. Mas o elemento principal de ambos será sempre o grave”, comenta Alok.
O estilo de música cresceu tanto que teve um espaço exclusivo no Tomorrowland Brasil de 2016 e ganhou uma festa própria.
O Alok Presentes Brazilian Bass contou com a presença do DJ que leva o nome do festival, além de novos músicos do cenário, como o Liu, que em uma entrevista afirmou que essa foi uma das experiências mais fortes da sua vida.
Mas, o que realmente significa o Brazilian Bass?
Até hoje, ainda não há uma definição oficial, pois o significado de Brazilian Bass gira em torno de muitas polêmicas.
A primeira está relacionada aos produtores de bass mais tradicionais. Eles questionam se o Brazilian Bass é realmente um novo estilo de música eletrônico e se surgiu no Brasil de fato.
Por isso, eles não aprovam o uso da palavra “bass” no termo e questionam a originalidade do som.
O DJ brasileiro Omulu foi um dos primeiros profissionais do ramo a questionar o uso do Brazilian Bass. Em sua rede social, ele fez o seguinte post: “Fiquei sabendo que estão querendo roubar o termo BRAZILIAN BASS para mais um tipo de house universitário que de Brasil e de Bass não tem nada kkkkkk“.
Um dos integrantes da dupla Tropkillaz, o produtor e DJ Zegon, também tem suas críticas contra o termo.
“Respeito muito essa nova geração e o trabalho que eles fazem, mas não considero o som deles nem Brazilian (porque não tem nada de brasileiro) e nem bass, já que não há o grave necessário para se rotular como tal. Talvez seja algum derivado de deep house 4×4, nada que nunca tenha sido feito de forma muito melhor antes, com o g house e o future house”, afirma.
Já a DJ Luísa Viscardi acredita que não há motivos para considerar o termo como um novo gênero dentro da música eletrônica.
“Volta e meia aparecem novos gêneros e subgêneros para os estilos musicais, lembro de milhões que já surgiram por aí, sempre gerando polêmicas. Pouco importa o nome que você dá, a música tem que soar bem aos ouvidos e ser bem produzida. Não tem essa de ‘bass convencional’ e ‘Brazilian bass’. Bass é bass. Bass é trap, dubstep, drum and bass, footwork e por aí vai”, comenta Luísa.
O Alok tem o alvará do termo?
Essa é outra polêmica que ronda o termo. Esse subgênero do bass já era usado por Zegon em 2013, mas não gerou a repercussão toda causada por Alok.
Por isso, anos depois, Alok postou um vídeo em suas redes sociais pedindo o alvará do termo para Zegon.
No vídeo, o DJ respondeu: “Independente de a música do Alok ser original ou não, a partir do momento em que ele tem humildade para admitir que ele não é o ‘dono’ do Brazilian bass, eu acho digna a atitude. O Alok e os que se intitulam expoentes do Brazilian bass acabam levando o público deles a novos artistas, o que é totalmente positivo. O Brazilian bass é toda uma cultura, uma cena bem maior e não um pequeno nicho. Sabendo respeitar as diferenças de estilos, há espaço para todos”.
Mesmo tomando uma atitude mais passiva, Zegon ainda não concorda totalmente com o uso do termo feito por Alok.
“Continuo achando que bass house combina melhor com house music do que com batidas quebradas. Eles não foram felizes com a escolha do rótulo Brazilian bass, mas, sabendo admitir que não são ‘donos’, são bem-vindos e podem somar, trazer progressos e abrir as portas para outros produtores e DJs da cena”, comenta o integrante do Tropkillaz.
Por sua vez, Alok continua fazendo o gênero da música eletrônica famoso por todos os países onde passa.
“Acredito que a cena esteja passando por uma transformação e que essa é a hora ideal para nos destacarmos mais. Todo mundo tem seu espaço e a gente só foca em conquistar o nosso. O Brazilian bass é atualmente no que mais acredito”, afirma o DJ.
Então, o que você achou dessa confusão toda? Ele é realmente um gênero original e brasileiro? Deixe sua opinião nos comentários!